Reserva Morro dos Zimbros

Histórico

Nos últimos vinte anos, o casal Hans Heinrich Japp e Lúcia Currlin Japp, movidos por um ideal conservacionista, adquiriram áreas desprestigiadas de mata nativa nas encostas dos morros da Península de Porto Belo.

Durante estas duas décadas, protegeram a propriedade de caçadores, coletores de orquídeas e bromélias, cortadores de palmitos, invasões durante as “farras de boi”, além de empreiteiras que invadiam a propriedade para ilegalmente remover e comercializar terra (barro), comprometendo a integridade da Natureza numa área com acentuado declive no terreno.

Hoje os 50 hectares são uma ilha de vegetação em meio a áreas devastadas pela especulação imobiliária, ou pela transformação em pasto, e servem de refúgio e abrigo para espécies que constam da lista oficial de animais ameaçados de extinção, como o Gato do Mato Pequeno (Felis tigrina), o Tamanduá Mirim (Tamandua tetradactyla), ou o Jacuguaçú (Penelope obscura).

No entanto, persistem ainda a atividade de caça ilegal, os depósitos de lixo ao logo da estrada marginal por empresas e turistas, e as atividades extrativistas ilegais (principalmente o palmito), e as invasões durante as “farras do boi”, com a conseqüente destruição da mata. Estas ações constituem ainda hoje ameaças reais para a conservação deste fragmento de Mata Atlântica nativa.

Em novembro de 1998 foram declarados pelo IBAMA os ADAs (Ato Declaratório Ambiental) nºs 4200030193-6 e 4200030192-8. A área foi reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) em 11 de Setembro de 2002, através da Portaria nº 119/02, passando a oferecer às gerações futuras, de forma perpétua, alguns hectares preservados da Mata Atlântica.

A Reserva também está presente no Projeto Corredores Ecológicos, do IBAMA.

Área em hectares

Espécies de Aves

Espécies de Árvores

Espécies de Mamíferos

Mata Atlântica

A mata atlântica originalmente percorria o litoral brasileiro de ponta a ponta. Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, e ocupava uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Tratava-se da segunda maior floresta tropical úmida do Brasil, só comparável à Floresta Amazônica.

O grande destaque da mata original era o pau-brasil, que deu origem ao nome do nosso país. Alguns exemplares eram tão grossos que três homens não conseguiam abraçar seus troncos. O pau-brasil hoje é quase uma relíquia, existindo apenas alguns exemplares no Sul da Bahia.

Atualmente da segunda maior floresta brasileira restam apenas cerca de 5 % de sua extensão original. Em alguns lugares como no Rio Grande do Norte, nem vestígios. Hoje a maioria da área litorânea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos e agricultura. Porém, ainda restam manchas da floresta na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, no sudeste do Brasil.

O aparecimento da Serra-do-Mar e da Mantiquiera datam da separação entre o continente Americano e Africano. No pricípio eram altas montanhas e só com os milhões de anos de erosão conseguiram suavisar essas rochas de formação antiga que sustentam o continente sulamericano. Concomitantemente evoluíram as linhagens de plantas que originaram a Mata Atlântica. Nesta época também desenvolveram-se insetos, aves e mamíferos fazendo com que hoje fauna e flora se combinem rica e complexamente.

Área total original: aproximadamente 1,3 milhão de km2.
Área total atual: aproximadamente 52.000 Km2.

Flora

Milhares de espécies de animais, plantas e microorganismos, muitas delas ainda nem descritas vivem na Mata Atlântica e seus ecossistemas associados. Em 1998 a Mata Atlântica foi declarada área de estrita proteção legal pela constituição brasileira e tornou-se Reserva da Biosfera reconhecida pela UNESCO. Ainda assim, a exploração das florestas continua e sua enorme biodiversidade esta cada vez mais ameaçada.

Poucos lugares no planeta abrigam tantas formas de vida como a Mata Atlântica brasileira: Existem cerca de 20.000 espécies de plantas na Mata Atlântica (das quais 8.000 são endêmicas). Este fenômeno, que a Ciência dá o nome de endemismo, chega a 70% no caso de espécies como as orquídeas e bromélias.

As bromélias são plantas belíssimas e de grande importância ecológica. Têm uma grande capacidade de adaptação e colonizaram alguns dos mais inóspitos ambientes. São mais de cinco mil espécies, todas oriundas da América ( há uma única espécie na África ), que podem ser encontradas desde os topos de morros sem solo, com fortes ventos e alta insolação, até no interior úmido e sombreado das florestas tropicais da América do Sul.

Uma característica muito peculiar das bromélias é a capacidade de reter água no cálice delimitado por suas folhas, chamada roseta. Algumas espécies armazenam até quatro litros de água, formando assim, verdadeiros lagos suspensos. Esta água é utilizada para matar a sede por macacos e tucanos, é utilizada para deposição de ovos por pererecas, mosquitos e libélulas.

O conjunto formado pelas folhas serve de abrigo para aranhas, pererecas, formigas. Alguns predadores, como pequenas serpentes e lagartos, alimentam-se dos animais que se abrigam nas folhas. As flores são visitadas constantemente por beija-flores, mamangabas e borboletas. Os frutos são saboreados por muitos animais, e alguns, como o abacaxi, inclusive por homens.

Área total original: aproximadamente 1,3 milhão de km2.
Área total atual: aproximadamente 52.000 Km2.

Fauna

A região possui um relevo bastante acidentado, com morros cobertos por Mata Atlântica, que é o ecossistema mais ameaçado do Brasil, guardando apenas de 7 a 8% de sua extensão original, que cobria cerca de1.290.000km2 do território brasileiro.

Estudos já revelaram que a destruição da floresta está provocando o desaparecimento de muitas espécies: das 202 espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção, 171 são originários da Mata Atlântica. No caso da fauna, 39% dos mamíferos, borboletas, répteis, anfíbios e aves que vivem na floresta são endêmicas. Mais de 15 espécies de primatas habitam a floresta, a maioria endêmica.

O total de mamíferos, aves, répteis e anfíbios que ocorrem na Mata Atlântica alcança 1361 espécies, sendo que 567 são endêmicas. Brasil é o terceiro país do mundo mais rico em mamíferos, perdendo apenas para a Indonésia e o México. Na Mata Atlântica, estão cerca de 28% das espécies de mamíferos brasileiros conhecidas.

O Brasil é o terceiro país do mundo em variedades de aves. Abriga 1.620 espécies, o que corresponde a 55% das existentes na América do Sul. Atualmente Santa Catarina conta com um pouco mais de 588 espécie de aves. Cerca de 38% das espécies de aves brasileiras estão na Mata Atlântica.

Em diversidade de répteis no mundo, perde apenas para o México, a Austrália e a Indonésia. Na Mata Atlântica, encontramos os principais répteis brasileiros.

A Mata Atlântica abriga possivelmente 260 espécies de anfíbios, mas pouco se conhece sobre a sua distribuição geográfica, número de indivíduos, conservação etc. O mesmo acontece em relação aos peixes e aos invertebrados.

Estima-se, porém, que algumas espécies são muito numerosas. Em nossas matas é possível observar com muita facilidade tucanos do bico verde, beija-flores, saíras, jacutingas, tatus e guaxinins. Com mais paciência se observam tamanduás mirins, macacos prego, ouriços cacheiro, jacus, jacupemas, aracuãs e outros.

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